segunda-feira, 11 de maio de 2009

Notícias recentes sobre Educação

São Paulo, quarta-feira, 06 de maio de 2009
Matemática da USP quer adiar mudanças do próximo vestibular

Instituto de Matemática e Estatística protocolou recurso para que o Conselho de Graduação volte a debater o tema Argumento principal é que o tempo é curto -as regras valem já para o vestibular de 2010; assunto merece ser mais debatido, diz o IME DA REDAÇÃO.
O IME (Instituto de Matemática e Estatística da USP) quer adiar a implantação das mudanças no vestibular da universidade, anunciadas no mês passado e válidas para a próxima seleção. O órgão protocolou ontem um recurso para que o Conselho de Graduação volte a debater o tema. O argumento principal é que o tempo é curto para aplicar as novas regras já no vestibular do final deste ano. Pelas novas definições, a primeira fase passa a ser somente eliminatória, sem contar pontos no resultado final do processo -como hoje.
Outra modificação foi incluir todas as disciplinas na segunda fase -e não só as relacionadas ao curso escolhido.
A terceira fase passará a ter três dias, de peso igual; anteriormente, eram até quatro. No primeiro dia, haverá redação e dez questões discursivas de português.
No segundo, 20 perguntas de biologia, química, física, matemática, história, geografia e inglês.
Já o último dia contará com 12 questões de até três disciplinas escolhidas pelas unidades -que têm até este mês para selecionar as matérias. "É uma proposta muito drástica para um curto período de adaptação", disse o professor Sérgio Oliva, integrante da congregação do IME, o órgão máximo do instituto.
As mudanças, diz, ainda estão sendo regulamentadas -quando o ideal é que isso estivesse definido antes, sustenta.
Há questões formais: a aprovação pelo Conselho de Graduação, em 16 de abril, não incluiu os apontamentos do IME-o que contraria o regimento do Conselho Universitário. Oliva defende ainda um debate maior -com colégios, por exemplo, que, a depender das mudanças, terão de alterar currículos para preparar os alunos para conteúdos específicos hoje não incluídos no vestibular.
O IME espera que o recurso seja apreciado na próxima reunião do conselho, amanhã. A USP informou que a pró-reitora de graduação, Selma Pimenta, ainda não analisou o recurso do IME. Ela preside o Conselho de Graduação.
Colaborou FÁBIO TAKAHASHI, da Reportagem Local

Senado obriga aluno de federal a dar curso de alfabetização
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Estudantes de universidades federais ou com bolsas do ProUni (programa federal que beneficia alunos da rede pública) terão de dar aulas em programas de alfabetização por pelo menos um semestre durante o curso, segundo projeto aprovado ontem pela Comissão de Educação do Senado. Se não houver recurso de senadores, o texto segue direto para a Câmara.
O presidente da República tem de sancionar para entrar em vigor.
A proposta do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) estabelece também que o governo federal deve financiar as iniciativas. Ela é criticada por educadores, para quem é preciso um preparo mais longo para poder alfabetizar.
O governo federal também finaliza outro projeto -ainda não enviado ao Congresso- que prevê que estudantes de medicina e de cursos de formação de professores de educação básica possam pagar a faculdade trabalhando na rede pública, após a conclusão do curso.

Funcionários da USP pedem reajuste de 17% e iniciam greve
DA REPORTAGEM LOCAL

Funcionários da USP entraram em greve ontem reivindicando um reajuste salarial de 17% e incorporação de R$ 200. Os valores, segundo o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), repõem parte das perdas das últimas décadas e atualizam o salário em relação à inflação. O sindicato disse que 60% dos funcionários da USP na capital aderiram à paralisação -sem data para acabar. Não se sabe a participação no interior.
No total, 15 mil funcionários trabalham na universidade. Segundo a USP, o transporte interno e os bandejões foram afetados. A Edusp (Editora da USP) e o Cepe (Centro de Práticas Esportivas) não funcionaram. Houve paralisação ainda nos centros.
No IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), o laboratório de informática e o xerox fecharam. As aulas ocorreram normalmente. Após a assembleia que iniciou a paralisação, na manhã de ontem, funcionários protocolaram documento pedindo uma reunião para o dia 12 -marcada, pela reitoria, para o dia 18.
O encontro será entre o Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) e o Fórum das Seis -órgão com representantes de seis entidades de servidores da USP, da Unesp e da Unicamp. Fazer a reunião apenas no dia 18 prejudica os trabalhadores, segundo o diretor do Sintusp Magno de Carvalho, já que a pauta com as reivindicações foi mandada em abril. A data-base da categoria é 1º de maio. "É uma tentativa de enfraquecer o movimento", afirma. Após a assembleia os funcionários fizeram um churrasco em frente à reitoria -segundo o sindicato, um protesto e uma forma de os funcionários comerem, pois não havia bandejões.
A Associação dos Docentes da USP (Adusp) informou que tem pauta semelhante e apoia a manifestação. O DCE (Diretório Central dos Estudantes) disse que também apoia. Parte dos alunos pararam ontem, mas voltam hoje às aulas. A USP diz que as negociações acontecerão normalmente no dia 18, data escolhida em razão da dificuldade de agenda dos três reitores. O aumento será retroativo a maio, informa.
(MÁRCIO PINHO)

Professor terá de fazer curso e 2 provas para ser contratado em SP

Quem for aprovado em concurso ainda passará por aulas de qualificação de 4 meses antes de realizar novo exame Segundo o governador, ideia é melhorar a qualidade dos docentes que entram na rede; novo formato precisa ser aprovado na Assembleia
FÁBIO TAKAHASHI DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo anunciou que os candidatos a professor efetivo na rede estadual terão que passar por duas provas, ambas eliminatórias, e um curso de qualificação de quatro meses. Hoje, a seleção de efetivos é feita apenas em uma prova, o concurso público. A nova regra deverá ser aplicada na seleção de setembro para o preenchimento de 10 mil vagas. O novo formato precisa ser aprovado pela Assembleia, onde o governo tem maioria. O governador José Serra (PSDB) afirma que, com o curso, pretende melhorar a qualidade dos professores que entram na rede. "É um reforço para o corpo docente. Traslada do futuro para o presente os cursos de aperfeiçoamento."
A proposta é fazer uma seleção inicial no concurso público e encaminhar os aprovados para o curso de qualificação. Ao final dos quatro meses, os candidatos passarão por novo exame, também eliminatório. A educação é uma das áreas mais criticadas da gestão tucana. Segundo a própria avaliação estadual, mais de 80% dos alunos da oitava série não têm o conhecimento esperado para seu estágio. Serra, cotado para ser candidato na eleição presidencial em 2010, já mudou duas vezes o titular da área.
O Estado pretende abrir concursos para diminuir o número de professores temporários (80 mil), que representam 40% da rede. Os temporários não passaram por seleção e são apontados como uma das causas da má qualidade de ensino. Em setembro serão preenchidos 10 mil cargos. Outras 50 mil vagas deverão ser criadas e preenchidas posteriormente. Base O curso proposto pelo governo usará as ferramentas já existentes de cursos de aperfeiçoamento do Estado. Parte da carga (360 horas) será à distância. "Os cursos de pedagogia são muito teóricos. Na Escola de Formação [nome do programa], vamos focar mais a prática dentro da sala de aula", disse o secretário Paulo Renato Souza. "É uma medida estranha. Se já faz o concurso, para que outra prova? Não se confia no concurso?", questiona o coordenador da pós-graduação em educação da USP, Romualdo Portela. "Mas é razoável que haja um treinamento." Para o vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, João Cardoso Palma Filho, a medida é positiva. "O concurso cobra muita teoria. O curso pode oferecer a parte prática." "O problema é como dar treinamento a milhares de professores ao mesmo tempo. Iniciativa semelhante já existe, por exemplo, na Escola da Magistratura [do Tribunal de Justiça], mas com poucos candidatos", disse Palma Filho. "O curso de professores não deverá trazer impacto grande na qualidade, mas é um começo." Os professores que participarem do programa ganharão uma bolsa de 75% do salário inicial do docente (que varia de acordo com a jornada).
Prova de temporários
O governo anunciou também que repetirá a prova para seleção de temporários.
Para este ano, a pasta tentou fazer o exame, mas foi barrada pela Justiça, que entendeu que os temporários já faziam parte da rede e não podiam ser excluídos. Agora, o governo decidiu que os temporários que ficarem abaixo da nota mínima não poderão dar aulas, mas ficarão em atividades auxiliares. Eles terão a jornada mínima da rede (12 horas semanais). A medida vale para o ano que vem. O exame terá de ser anual.

terça-feira, 5 de maio de 2009, 20:03 Online
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,serra-atribui-falhas-no-ensino-a-faculdades-de-pedagogia,365959,0.htm (consultado no dia 06/05/09)

Serra atribui falhas no ensino a faculdades de pedagogia
CAROLINA FREITAS - Agencia Estado

SÃO PAULO - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), atribuiu hoje uma cota de responsabilidade pelas falhas no ensino no Estado à "inadequação das faculdades de pedagogia", que, para ele, falham na formação de docentes. Ao anunciar a criação da Escola de Formação de Professores do Estado, Serra criticou o excesso de teoria no currículo do curso. "Onde menos se avançou (na rede pública) foi no aprendizado", disse o governador. "Nas teses de faculdades de pedagogia há pouca coisa útil para melhorar o ensino." Serra chegou a sugerir um tema para trabalhos acadêmicos na área: "Por que ninguém sabe a tabuada no final da 4ª série?". O governador disse que a tese ajudaria também a averiguar o conhecimento dos professores sobre matemática. "Eu já peguei professor que não sabia a tabuada", disse. O governador recomendou ainda que as instituições privadas de ensino estimulem com bolsas de estudos os alunos que queiram pesquisar "sobre a sala de aula". Ao discursar sobre a rede de escolas técnicas do Estado, o governador tucano voltou a mirar nas faculdades de pedagogia. "Ninguém vai ter ideia de fazer (uma tese sobre o ensino técnico) porque seria demasiado útil e banal." O secretário estadual de Educação, Paulo Renato Souza, disse esperar que a recém-criada Escola de Formação inspire mudanças nos cursos de pedagogia. "A escola vai influenciar as faculdades de educação", afirmou. "Os professores têm muita teoria e pouca prática." Ensino técnico Em meio a elogios a uma das principais bandeiras de seu governo, o ensino técnico profissionalizante, Serra parafraseou o deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Na área de ensino técnico e tecnológico estamos fazendo a maior expansão da história de São Paulo. Se fosse o Maluf, diria assim: ''Fizemos mais Fatecs (Faculdades de Tecnologia) do que tudo o que foi feito desde o descobrimento até 2007", disse ele, para depois brincar com uma frase usual de Lula: "Nunca antes na história deste Estado se fez tanta escola". O governador afirmou ainda que mudará o nome do Centro Paula Souza, que administra as Escolas Técnicas (Etecs) e Fatecs do Estado. Segundo Serra, o centro ganhará "um nome mais forte", SP Tec. "O pessoal pensa que Paula Souza é uma senhora benemérita, a Tia Paula, que recebe dinheiro de fundações suíças, dinamarquesas, alemãs para ensinar", disse. "Tem de ter um nome mais forte, que é SP Tec. Vai ser (esse o nome) daqui em diante." O centro recebeu esse nome em abril de 1971, em homenagem ao engenheiro Antonio Francisco de Paula Souza (1893-1917), fundador da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Governador de SP atribui má qualidade do ensino público ao 'corporativismo'
Na avaliação de Serra, problema não está na infraestrutura. Ele também criticou cursos de pedagogia.
Fernanda Calgaro Do G1, em São Paulo
Para o governador de São Paulo, José Serra, problema está na sala de aula
O governador de São Paulo, José Serra, atribuiu a má qualidade da educação pública no estado de São Paulo ao "corporativismo exacerbado, à rigidez das leis existentes e à inadequação das faculdades de pedagogia." Nesta terça-feira (5), ele fez o anúncio de um pacote de medidas na área de formação de professores .
Segundo ele, as deficiências estão em sala de aula. "Já muito foi feito na parte de infraestrutura, construção de prédios, uniforme e material escolar. Muita coisa se avançou nessa área, menos no aprendizado."
Serra criticou os enfoques das pesquisas e teses acadêmicas, que "pouco ajudam para melhorar o ensino".
"Para aprender, o aluno do curso de pedagogia tem que pôr a mão na massa", disse. "Instituições privadas poderiam, por exemplo, dar bolsas de estudo para teses que explicam a situação e propõem melhorias práticas."
Como exemplo, o governador sugeriu que fosse feita uma tese que relacionasse o impacto do ensino técnico no desempenho do ensino médio. "Mas talvez essa tese seja demasiado útil e banal para a academia", ironizou.

05/05/09 - 14h21 - Atualizado em 05/05/09 - 17h14
SP exigirá aprovação em curso para novos professores
Escola de formação de docente foi criada por decreto pelo governador. Também foi enviado projeto de lei à Assembleia que cria 50 mil vagas.
Fernanda Calgaro Do G1, em São Paulo
O governo de São Paulo anunciou nesta terça-feira (5) um pacote de medidas voltado para a formação de professores da rede pública.
Entre as medidas está a criação de uma escola de formação de professores. Todos os professores do estado deverão passar pelo curso, que terá carga horária de 360 horas por quatro meses. Parte das aulas será à distância e parte, presencial. Durante o curso, os professores receberão uma bolsa de estudo de 75% do valor do salário inicial. A escola funcionará em um prédio do estado que fica na rua João Ramalho.
"Acho uma excelente ideia a criação do curso. Tenho um pouco o pé atrás com curso à distância, mas, como tem uma parte presencial, é provável que funcione bem", afirmou o governador, José Serra, durante a apresentação das medidas, realizada no Palácio dos Bandeirantes.
Também foi enviado um projeto de lei para a Assembleia Legislativa que estabelece que o ingresso de novos professores dependerá de aprovação nesse curso de quatro meses, além do concurso público. Diretores e supervisores também deverão ser concursados. A expectativa do governo é que esse projeto de lei seja aprovado nos próximos 30 ou 40 dias para que o concurso ocorra ainda neste ano.
"Esse sistema de ingresso já existe para outras carreiras públicas, como no Itamaraty", afirmou o secretário de Educação, Paulo Renato de Souza.
No mesmo projeto de lei, o governo de São Paulo pretende criar 50 mil vagas de professores na educação pública para substituir parte dos temporários, que hoje são 80 mil. Atualmente, os docentes efetivos somam 130 mil. Foi autorizada a abertura de concurso público para preencher as 10 mil vagas já existentes. O governo pretende abrir o concurso até setembro.
Segundo o secretário, os custos do processo seleção e de formação de professores serão absorvidos pelo orçamento normal da pasta.
Também foram criadas duas novas jornadas para os professores: de 40 horas e de 12 horas. "A jornada integral é uma reivindicação histórica do magistério e será importante para fazer uma distribuição melhor das disciplinas com uma carga horária maior", disse Paulo Renato. A jornada reduzida será usada na atribuição de aulas para as disciplinas com menos horas, como química.
Professores temporários
Alvo de polêmica e disputa judicial, a prova para os professores temporários, aplicada pela primeira vez no ano passado, será realizada novamente neste ano. Para evitar contestações na Justiça pelos sindicatos, o governo incluiu a criação da prova no projeto de lei.
Pela proposta, a escolha de aulas dependerá do tempo de serviço, titulação e do resultado na prova. Somente poderão dar aulas os aprovados na prova. Os professores temporários estáveis que não passarem no exame exercerão funções em outras áreas, numa jornada de trabalho menor.
Os docentes reprovados deverão obrigatoriamente prestar o exame nos anos seguintes para dar aula ou continuarem na situação de auxiliares.
Paulo Renato disse que as entidades de classe não foram consultadas, mas que já estavam agendadas reuniões com os sindicatos para debater as mudanças.

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